A médica Daniele Barreto, de 47 anos, acusada de ter planejado o assassinato do seu esposo, o advogado José Lael, foi encontrada morta na tarde desta terça-feira, 9, horas após retornar ao Presídio Feminino (Prefem), em Nossa Senhora do Socorro. A informação foi inicialmente divulgada pelo escritório de advocacia que assumiu a defesa da médica e confirmada logo depois pela Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa do Consumidor (Sejuc).
Daniele Barreto havia retornado ao Presídio Feminino há poucas horas. Ela havia passado por audiência de custódia depois de deixar a clínica de repouso onde estava internada. Na audiência, ficou determinado seu retorno ao sistema prisional e também a continuidade do acompanhamento psiquiátrico.
Em nota à imprensa, a Sejuc informou que a médica foi encontrada por volta das 16h20, quando o advogado da custodiada se apresentou na unidade prisional para atendê-la. Ao se dirigir à cela, a equipe constatou que a interna estava desacordada, com um lençol enrolado na região do pescoço. No momento do ocorrido, a custodiada estava sozinha na cela.
Ainda de acordo com o a Sejuc, uma equipe de saúde do presídio prestou os primeiros atendimentos e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que confirmou o óbito. O Instituto Médico Legal (IML) e o Instituto de Criminalística (IC) também foram chamados para realizar a perícia no local e providenciar a remoção do corpo.
A Sejuc informou também que a direção do Presídio Feminino instaurou procedimento administrativo para apurar o caso e que, paralelamente, a Polícia Civil ficará responsável pela investigação.
Entenda o caso
Daniele Barreto foi apontada como mandante do assassinato do marido, José Lael, ocorrido em outubro de 2024, em Aracaju. De acordo com as investigações conduzidas pela Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE), o crime teria sido planejado com antecedência e executado com a colaboração de Alvaci Feitoza Santos, amiga da médica.
Segundo a SSP, o principal motivo do homicídio estaria relacionado ao medo de Daniele em relação a um possível processo de separação, que envolveria disputas patrimoniais e desconfianças de Lael sobre o comportamento da esposa.
O caso teve ampla repercussão e, em março de 2025, Daniele obteve o direito à prisão domiciliar por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida considerou alegações de que a médica teria sido vítima de agressões físicas, sexuais e psicológicas, além do impacto da prisão na vida do filho do casal, de 10 anos.
No final de agosto, a Segunda Turma do STF revogou a prisão domiciliar, determinando o retorno de Daniele ao sistema prisional. Apesar disso, ela foi internada no início da semana em uma casa de repouso, após dar entrada em uma clínica particular localizada na zona Sul de Aracaju.
Por Nicolle Santana e Verlane Estácio