R$ 1,9 milhão. Essa é a quantia que o Confiança deixou de receber ao perder nos pênaltis para o Ferroviário, na Arena Batistão, e não garantir a vaga na fase de grupos da Copa do Nordeste. Com esse valor, tomando como base meados de 2022 quando o time tinha despesas mensais de aproximadamente R$480.000,00, o Dragão conseguiria pagar quatro meses de folhas salariais.
Os dados referentes a Copa do Nordeste foram apurados pelo jornalista Cassio Zirpoli e levam em conta a receita gerada pela venda dos direitos de transmissão junto a TV aberta e fechada.
As cotas do Nordestão são divididas em 4 níveis, levando em consideração o ranking de clubes da FIFA do ano anterior. Em 2023, apenas na fase de grupos, serão distribuídos R$ 34,8 milhões entre os 16 clubes.
Como foi eliminado na segunda fase, o Dragão lucrou “apenas” R$ 180 mil. Caso tivesse avançado para a fase de grupos estaria na Cota 3, já que segundo o ranking de 2022, o Confiança era o 44º colocado. Ironicamente, o Ferroviário, seu algoz, ocupa uma das vagas da cota 3 e embolsou R$ 1,9 milhão em seus cofres.
Confira abaixo como ficou dividido as cotas da fase de grupo da Lampions League. Destaque para o Sergipe, único representante sergipano na fase de grupos, que já garantiu R$ 1,2 milhão.
Cotas na fase de grupos do Nordestão 2023
Cota 1: R$ 3,2 milhões – Fortaleza (11º), Bahia (12º), Ceará (13º) e Sport (21º)
Cota 2: R$ 2,4 milhões – Vitória (25º), CRB (28º), CSA (30º) e Sampaio Corrêa (32º)
Cota 3: R$ 1,9 milhão – Náutico (38º), Santa Cruz (46º), ABC (47º) e Ferroviário (52º)
Cota 4: R$ 1,2 milhão – Campinense (72º), Sergipe (90º), Alético (97º) e Fluminense (s/r)
O fato é que essa grana pode fazer muita falta para o Confiança. Sob nova gestão, o clube do bairro Industrial tem o desafio de ajustar o financeiro e encontrar o caminho do bom futebol em 2023. A ressaca da eliminação precoce no Nordestão terá que ser curta, já que a estreia no Campeonato Sergipano está marcada para o dia 15 de janeiro, contra o América de Pedrinhas.
O clube precisa evitar que o cenário de 2021 se repita. Já que naquele ano, o Dragão também foi eliminado na fase preliminar da Copa do Nordeste e acabou somando resultados ruins no restante da temporada. Com eliminações no Campeonato Sergipano (caiu nas semifinais para o maior rival), eliminação na Copa do Brasil (diante do 4 de Julho-PI) e principalmente na queda da 2ª para a 3ª divisão nacional.
A disputa do Campeonato Sergipano deve gerar muita pressão da torcida já que será a única disputa do Confiança até Abril, quando o time estreia no Campeonato Brasileiro da Série C. Ambas as competições são marcadas pelo equilíbrio e para a disputa delas a tendência é que o Confiança não tenha seu principal jogador, o que desequilibra, e ídolo da torcida: Ítalo.
O meio campista deve retornar em empréstimo para o Criciúma (SC) e não deve continuar no Sabino Ribeiro - pelo menos momentaneamente. Este será o desafio para o técnico Vinícius Eutrópio, fazer o time render com as peças à disposição. Duas das contratações, Lenon e Jhonnatan, por exemplo, erraram suas cobranças na disputa de pênaltis contra o Ferroviário. Além de ajustes técnicos e táticos, o emocional também precisa ser trabalhado após um golpe duro já no segundo jogo da temporada. Nos dois primeiros jogos, o Dragão não deixou as melhores impressões, mas existe margem para melhora. Trabalho não faltará para Eutrópio e para a Diretoria.
Já para o torcedor do Confiança, o desejo é que este ano não seja um 2021.2 e que a Lei de Murphy não faça morada no lado azul de Aracaju.